"Aproveita os momentos de silêncio para te ouvires a ti mesmo, para procurares a nascente profunda, por detrás dos pensamentos inúteis e do obstáculo das palavras" . Sabedoria Ameríndia
A Meditação é nos dias de hoje uma prática de equilíbrio e desenvolvimento humano.
As neuro-ciências investigam desde os anos sessenta o cérebro e as funções da mente, têm dado um interesse especial aos estados mentais meditativos, fazendo pesquisa em grandes centros de meditação e templos do oriente e do Ocidente.
Os resultados das experiências mostram que a frequência das ondas mentais baixa durante os estados de meditação, proporcionando o contacto e equilíbrio entre os dois hemisférios cerebrais. Actua também de forma particular na glândula pineal. Estimula processos de regeneração celular, relaxamento físico e equilíbrio emocional, que perduram depois da prática da meditação. Por outro lado permite aceder a informação dos vários inconscientes: pessoal, familiar, colectivo e cósmico.
Praticar meditação regularmente: treina a atenção; fortalece o poder de concentração e memória; melhora o rendimento nas tarefas; permite resolver problemas de forma serena, amorosa e sábia; permite recuperar rapidamente de situações de tensão e de stress; proporciona um repouso profundo ao corpo e equilíbrio emocional; aumenta a capacidade de relacionamentos com empatia; desenvolve a percepção e a sensibilidade; proporciona equilíbrio e Paz interiores e desperta para os grandes Valores Humanos, Universais e Espirituais.
Existem várias práticas que favorecem a meditação, muitas vezes nomeadas, meditações activas, por exemplo com movimento ou dança. Estas práticas libertam física e emocionalmente, deixando também a mente liberta. Esta libertação deixa a mente em condições ideais para a meditação, que é uma prática mental, que envolve todas as componentes humanas, feita preferencialmente, na imobilidade e no silêncio. Imobilidade e silêncio exteriores que facilitam a quietude e o silêncio interiores.
A meditação é uma prática que possibilita a atenção desperta, atenção plena e mente focada.
As ciências aplicadas começaram, na sequência das investigações a utilizar várias técnicas de meditação, nos processos terapêuticos. Aparecem também hoje, várias práticas de meditação, muitas vezes patenteadas por esta ou aquela personalidade, como se de marcas registadas se tratasse. As técnicas que se vão criando ou aparecendo, não acrescentam nada de novo às ancestrais técnicas conhecidas e praticadas desde há milhares de anos, pelas Tradições de Sabedoria. As práticas contemporâneas esvaziam-nas, de forma geral, dos grandes conhecimentos e da sua linhagem tradicionais, que têm os fundamentos para o desenvolvimento humano e terapia perene, importantes de preservar para que se restabeleçam, de novo, na nossa cultura os Valores Éticos Essenciais.
É com esta consciência de preservação dos conhecimentos, valores e práticas das Tradições de Sabedoria, que revelam os verdadeiros Valores Humanos, que a Unesco, na Declaração de Veneza de 1986, declara essencial esta área de conhecimento.
Não que dizer que tenhamos de nos converter a alguma religião, mas sim, reconhecer a Sabedoria ancestral das tradições e ter a habilidade de a viver na actualidade.
Estudos muito recentes, revelam que a prática da meditação, que em muitas situações se estabeleceu como moda e forma de facilitar a vida, na lógica do medicamento que elimina o sintoma indesejado, sem o contexto das Sabedorias Ancestrais, contribui para a inflacção do ego, exactamente ocontrário de uma das motivações das Sabedorias Antigas.
A meditação é normalmente conhecida nas Tradições de Sabedoria do oriente, especialmente o Hinduísmo e o Budismo, é o cerne da prática do Yoga primordial.
No ocidente o Cristianismo Primitivo, ligado ao Padres do Deserto, desenvolveu uma prática de meditação, que é o espírito da Tradição Hesicasta - do grego – Paz – Silêncio -, esta prática de meditação é também conhecida por Oração do Coração.
A utilização de práticas ancestrais poderosas necessita de ter o suporte do conhecimento e valores que as sustentam, contribuindo para a natural expressão da empatia e bondade de cada Ser Humano, de outra forma estamos a reforçar e egocentrismo, mantendo e aumentando os paradigmas de pensamento da sociedade em destruição.
A cada um a escolha, destruição ou Paz.
Escrito em 2008 e revisto em 2018
Maria Margarida Barros
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